domingo, 15 de fevereiro de 2009

Válter Lemos e o crematório

Acabei de ver na TVI a reportagem Um Grau de Diferença, focando a situação de crianças deficientes no ensino. Sou muito céptico em relação à designada «integração». Acho que, em grande parte dos casos, não só é contrária ao objectivo de aprendizagem da criança diferente, como serve, isso sim, para que a criança fique ainda mais traumatizada, por consciência das suas «diferenças», grande parte elas transformadas em limitações.
Se fosse pai de uma criança deficiente quereria exactamente o mesmo que quero para o meu filho: o melhor possível. Que aprenda o mais e o melhor possível, que lhe disponibilizem o máximo possível de ferramentas disponíveis para o seu nível mental, que seja feliz.
Creio que isto nunca poderá acontecer numa escola «inclusiva» à força, em que os agentes não têm preparação (ao contrário do que diz o governo), em que não há espaços próprios, e em que há ritmos de ensino/aprendizagem muito diversos, sendo uma injustiça para os outros que esses ritmos baixem significativamente. Por outro lado, o jovem deficiente ao confrontar-se com as suas limitações pode, numa idade extremamente difícil e em que se vão ganhando pontos de referência para uma vida futura, ficar profundamente traumatizado pela sua «diferença».
Claro que para muitos pais a pública «escola inclusiva» é o ideal porque poupam muito dinheiro e livram-se na mesma do filho umas horas por dia.
Mas para aqueles pais que pensam pela sua cabeça, e que verdadeiramente se importam com os filhos, há que meditar seriamente no que será melhor para eles. Seria bom para os nossos atletas paralímpicos pô-los a competir com os nossos olímpicos? Sentir-se-iam realizados? Tenho a certeza que não. E a vida é uma constante competição.

De todo o modo na reportagem revoltou-me, enojou-me, ver uma vez mais o que este governo está a fazer pelos seus cidadãos. Revoltou-me, enojou-me, ver o careto nédio e lustroso de Válter Lemos completamente encostado à parede pela jornalista, afundando-se mais de cada vez que falava.
Dizia um pai, deseperado, que «só falta pegar nos deficientes e colocá-los num forno crematório». Eu digo mais, o que o governo está a fazer é bem mais desumano e doloroso do que isso. Fecha centros de saúde e urgências e agora compra helicópteros para transportar os doentes que ainda restam para os centros de saúde e urgências que ainda restam. Helicópteros que aliás o INEM diz que não são precisos. Acaba com as escolas especializadas e despeja os deficientes em escolas não preparadas para os acolher.
Ao contrário do que afirmou aquele pai desesperado, creio que quem arderia bem no tal forno crematório seria o actual governo, todo ele, tendo, à frente, aquela inenarrável figura de ópera bufa que dá pelo nome de Válter Lemos, um dos coveiros da nossa educação. (Veja aqui quem é o dito e o que ele percebe de «educação»). (A imagem foi roubada ao «kaos» com a devida vénia, e é «irresistível»).

1 comentário:

  1. Valter Lemos é a imagem de uma certa administração pública politizada: cinzenta, medíocre, lambe-botas e caríssima aos contribuintes

    O problema é quando temos uma pessoa destas num Ministério da Educação

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