sábado, 17 de janeiro de 2009

Popeye faz 80 anos



Faz hoje 80 anos (a mesma idade de Tintim) um dos marinheiros mais conhecidos do mundo – Popeye.
De facto, o marujo dos braços musculados e do inseparável cachimbo ao canto da boca nasceu em 17 de Janeiro de 1929, com esta tira (embora na versão a preto e branco, sendo esta algo posterior).

Esta tira tinha originalmente as personagens de Olive Oyl (Olívia Palito), a que viria a ser a «eterna namorada» de Popeye, Ham Gravy (primeiro namorado de Olívia), Cole e Nana Oyl (pais de Olívia) e Castor Oyl (irmão). As primeiras palavras de Popeye, em resposta à pergunta: "Você é um marinheiro?" foram "Nah! acho que eu sou um cowboy!"
O seu nome deriva de pop eye, olhos salientes, numa tradução adaptada. É uma criação de Elzie C. Segar e fica indelevelmente ligado aos espinafres, que consumia em lata para lhe darem força, à boa maneira da poção mágica do druida Panoramix.
Popeye tornou-se em breve o mais popular personagem da série, ganhando autonomia e vindo a ser um dos mais conhecidos heróis da BD de sempre.
Nos anos trinta, a Fleischer Brothers (que criou Betty Boop) apresenta-o como uma personagem de desenho animado em Popeye Popeye a Sailor Long que o tornou mundialmente conhecido e parte do imaginário norte-americano da pós-depressão.
O seu arqui-inimigo Brutus, protagonizava com ele a luta de David contra Golias, em que a inteligência vencia a força e o bem vencia o mal.
Depois de «deixar» os estúdios da Fleischer, Popeye passou sucessivamente pelos Famous Studios (1942 / 1957), King Features Syndicate TV (1959 / 1961), uma espécie de Meca do desenho animado da época e Hanna Barbera (1978 / 1988).
Houve também várias adaptações ao cinema da personagem, sendo talvez a mais conhecida de todas a de 1980 com Robin Williams.
Popeye é o autor de «grandes citações filosóficas» que ficaram na história do pensamento universal, como por exemplo: "I yam what I yam, and that's all what I yam!" e "That's all I can stands, cuz I can't stands n'more!"

Refira-se que por terem passado também 70 anos da morte do criador de Popeye, a sua obra na Europa caiu no domínio público.

Deixar a Terra - Bernardo Markowsky expõe no Fórum da Maia



Uma excelente exposição de fotografia encontra-se patente no Fórum da Maia. É seu autor Bernardo Markowsky, fotógrafo alemão a residir em Portugal. Retrata um conjunto de viagens, e de vezes em que ele deixou a terra para ver, e sentir, outras terras.

Aquando da inauguração, ontem à noite, foi também lançado um livro homónimo, das Edições Afrontamento, que mostra as deambulações de Markowsky por Portugal, Bangladesh, Índia, Caxemira, Quénia, e Somália, entre outras paragens.

Nas palavras do Autor: «Sou eu mesmo que falo. Servindo-me da minha própria língua para exprimir o meu pensamento, a verdade tal qual a encontrei à frente dos meus pés e no confronto com o meu olhar».

A exposição, patente no Fórum da Maia de segunda a sábado das 15 às 19, estará aberta ao público até 22 de Fevereiro e tem entrada gratuita.

Não perca esta viagem.

Ferreira Leite, TGV e Comunicação Social

Como vai a miserável comunicação social que temos!!!
Notícia no site da RTP: Líderes de vários partidos espanhóis criticaram hoje os comentários da presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite sobre o TGV, afirmando que o projecto é essencial para as ligações entre Portugal e Espanha e que deve avançar.
Vamos lá a ver, no desenrolar da notícia, quem são os «líderes». Um galego, Anton Louro, deputado do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de que nunca tinha ouvido falar e que não sei que posição ocupa na sua estrutura partidária, que diz que «estes projectos melhoram a mobilidade e a integração hispano-portuguesa".
Outro «líder», Andrés Ayala, porta-voz do PP (nunca vi um porta-voz ser líder de nada, só se for da sua voz) na Comissão de Fomento do parlamento espanhol, que considera o projecto vital para a permeabilidade fronteiriça entre Portugal e Espanha e para canalizar os tráficos não apenas de passageiros mas de mercadorias, visto que afecta também os projectos europeus de conectar Sines e o porto de Algeciras com Paris", frisou.
Outro ainda, Francisco Rodrigues, deputado do Bloco Nacionalista Galego (BNG), repete a estafada estupidez «É um projecto fundamental do ponto de vista económico e do ponto de vista das relações económicas, politicas e sociais entre Portugal e Espanha e, no nosso caso, entre Portugal e a Galiza». Este absurdo, que toda a gente usa, não vem depois sustentado por nada, por nenhum documento, por nenhum estudo. São os pinóquios da nossa política que nos aldrabam constantemente, e nós, os pacóvios, os lorpas, vamos sonhando alegremente com um TGV para todos, ligando até um dia quem sabe todas as sedes de concelho do País.
Meus amigos, isto é um arrazoado de absurdos e uma demonstração de suprema estupidez e parolice.
Vejamos: onde estão, em primeiro lugar, os estudos sérios que provam a viabilidade económica do TGV? Em lado nenhum, porque não existem, nem podem existir, porque o nosso TGV não é viável. E depois, os estudos que nos mostram claramente em que é que nós, os portugueses, os pagantes, os que vão ficar endividados até à próxima meia dúzia de gerações, beneficiamos com o TGV, e qual a sua mais-valia para Portugal? Também em lado nenhum porque não existem benefícios óbvios, para além de um duvidoso ganho de uns quantos minutos.
Vejam os eufemismos da miséria dos políticos espanhóis para nos tentarem convencer: «integração hispano-portuguesa». Integração onde e para quê? E quem quer a integração, além de Saramago, já muito bem «integrado»? E «permeabilidade fronteiriça». Permeabilidade a quê? E a quem? e Como? Tanta baboseira, meu Deus. Tanta estupidez. E a «nossa» RTP dá alarde, e amplifica estas situações que raiam o absurdo, em vez de analisar tecnica e realisticamente o que a Drª. Ferreira Leite (e eu até nem gosto dela) juntamente com cada vez mais portugueses pensa: não temos dinheiro para alimentar o novo-riquismo deste governo com projectos megalómanos, a fazer lembrar os primeiros líderes árabes do petróleo no início dos anos 70 que compravam Mercedes para andar 10 quilómetros, que eram as únicas estradas que possuíam, ou os líderes de certas regiões africanas que compravam um magnífico frigorífico que ficava a fazer de armário porque não tinham electicidade. O frigorífico não funcionava? O Mercedes não saía da garagem? Que importa isso. O importante é o prestígio de ter um frigorífico ou de ter um Mercedes.
Mas a discriminação é tão grande e tão notória que o Dr. Medina Carreira (que muito admiro) vem dizendo isto e muito mais há muito tempo, e é reverenciado. Outra pessoa (porque é líder da oposição) diz o mesmo e sujeita-se a ser trucidada.
Miserável comunicação e miseráveis políticos que temos. Mas como grande parte deles, políticos e jornalistas, são de aviário, estamos sujeitos a esta constante gripe das aves…

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Zepelim de Chumbo

Sob a influência dos Yardbirds de Eric Clapton e Jimmy Page (começaram até por chamar-se The New Yardbirds, com Chris Deja no Baixo), os Led Zeppelin formaram-se, como banda, em setembro de 1968. Compunham o grupo Jimmy Page (guitarra), John Bonham (bateria e percussão), John Paul Jones (baixo e teclado) e Robert Plant (vocalista e harmónica). (O nome deve-se a um chiste de Keith Moon que vaticinou uma queda para o super-grupo tão desastrosa como a do Zepellin Hindemburgo).

O seu primeiro álbum, justamente intitulado Led Zeppelin sai em 12 de Janeiro de 1969. Mostra-nos combinações entre o blues e o rock, ora subtis ora quase dissonantes. Não esconde também algumas influências orientais com distorções da guitarra, tão ao gosto de Page.
Este trabalho (como outros que se seguirão) pode considerar-se uma pré-figuração do que se chamará pouco mais tarde de «heavy metal», embora haja também músicas mais soft e bastantes interpretações acústicas. (Page, como muitos outros artistas da época não gostava da expressão heavy metal e preferia, por exemplo, hard rock; os teóricos que se decidam…).
Embora nem todos os temas do álbum tenham ascendido à categoria de «clássicos», como «Good times, bad times», «Dazed and confused» e «Communication breakdown», por exemplo, acabam por ser todos marcantes. « Babe, I'm Gonna Leave You» é uma óptima balada acústica, «Your time is gonna come» tem uma abertura quase de catedral graças ao teclado de John Paul Jones e «I Can't Quit You Baby» é uma obra prima dos blues.
Este disco marcou o ano de 1969 e o rock a partir daí. Voltaremos a este grupo.

Os 80 anos de Tintim

Tintim faz 80 anos. Foi com «Tintin au pays des soviets» que ele nasceu. Nasceu já crescido, como convém a um herói da BD. Faz 80 anos sem uma ruga, sem um cabelo branco, conservando intacta a sua jovialidade, a sua agilidade e a sua poupa.


O seu livro de estreia, o único que Hergé não reeditou porque considerou que era demasiado politizado, sabemo-lo hoje, vários anos após a queda do muro de Berlim, que afinal, pelo humor e por algum «nonsense», retratava a realidade dos inícios da sovietização.



As viagens de Tintim, o repórter que nunca publicou uma notícia, relatam-nos episódios que em vários casos fizeram história, e noutros se mantêm actuais.A sua actualidade é tal que neste momento é até disputado pelo «lobby gay», como quer uma eminência parda desse poderoso lobby, o jornalista e ex-político britânico Matthew Parris. Veja aqui.

Quase 26 anos depois da morte de Hergé, Tintim continua a vender, e o «slogan» que popularizou as suas aventuras está mais correcto do que nunca – dos 7 aos 77 anos. Havemos de voltar a Tintim e a Hergé.

Sob o signo dos aniversários.

O Relógio de Dali começa sob o signo dos aniversários.


São os 80 anos de Tintim, feitos a 10 de Janeiro. São os 40 anos do primeiro disco dos Led Zeppelin. São os 33 anos da morte de Agatha Christie (12 de Janeiro de 1976), a criadora de Poirot e Miss Marple. Serão, a 15 de Janeiro, os 80 anos do nascimento de Martin Luther King.
Tudo factos, pessoas e personagens que me marcaram muito. E poderíamos ir por aí fora. E iremos, á medida que o tempo e a disposição quiserem.

Termo de Abertura

Este Blog abre hoje oficialmente. Por tempo indeterminado e sem compromisso de periodicidade.
Sendo ele um órgão de mim próprio, funcionará com o ritmo de que eu mesmo esteja imbuído.
É um Blog íntimo, já que reflectirá os meus gostos (e desgostos), as minhas ideias, os meus estados de alma.
De um desabafo a uma séria reflexão, da referência a um disco ao comentário a um livro, de uma evocação a uma efeméride, de tudo um pouco se comporá a matéria do Blog. Até do «ressuscitar» de textos antigos, mas de actualidade óbvia, quer meus quer de outros autores.
O nome, e o símbolo, não foram escolhidos a esmo. Os relógios de Dali, quer os «moles», do conhecido quadro "A Persistência da Memória ou Relógios Moles", de 1931, quer o que escolhi, “Relógio Mole no Momento da sua Primeira Explosão”, de 1954, lembram-nos que o tempo é feito (e desfeito) por nós. E que, como diz o Prof. Carvalho Rodrigues, “O sentimento do tempo, a espera e o desespero, nascem da nossa perspectiva”.
Ou que, como escreveu Eurípedes nos «Fragmentos», “O tempo dirá tudo à posteridade. É um falador. Fala mesmo quando nada se pergunta”.