segunda-feira, 27 de abril de 2009

O Centralismo Salazarento no Futebol

Com a aproximação da final da Taça de Portugal, e ainda por cima com dois finalistas do Norte, volta a questionar-se a fórmula de disputa da final daquele troféu. As «vozes do costume», centralistas, bafientas, salazarentas, pré-25 de Abril, por entre rugidos e pios, defendem o Estádio Nacional, vulgo Estádio Municipal de Oeiras, como palco do jogo decisivo. Argumento? Porque é costume. Porque é a capital.
Primeiro, o costume só faz lei na falta de melhor. E lembro-me bem de já por várias vezes a final da taça ter tido outros cenários. Portanto este argumento não colhe. Depois, não é na capital, porque Oeiras não é Lisboa. Vão dizer a Matosinhos ou a Gondomar que são território portuense e verão a resposta que levam. Logo também este argumento cai pela base.
Aliás, porque carga de água só a capital tem direito a «festa»? Ou não dizem que a taça é a «festa do futebol»? Não bastou já que durante 48 anos fosse assim, com um único estádio e praticamente um único clube? Não foi para isso que se deu o 25 de Abril? Não é preocupação do Prof. Cavaco fazer Presidências Abertas, que aliásforam inventadas, creio eu, por Mário Soares, e que o Governo procura também seguir?
Para mim era fácil. Tomava um mapa de Portugal, incluindo Açores e Madeira, claro. Excluía dele o eixo Braga/Guimarães – Porto – Coimbra/Aveiro – Leiria – Lisboa – Setúbal. Fazia um levantamento exaustivo dos recintos de futebol que, no resto do País, tivessem condições de segurança e determinava, quiçá por sorteio, onde seriam as próximas finais. E teríamos certamente para vários anos. E aí sim, todo o País, sobretudo aquele que não está habituado à «alta roda» (alta roda é favor…), poderia beneficiar da «festa do futebol».

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